Tribuna Popular: Advogada apresenta dados sobre feminicídios e defende políticas públicas para vítimas

por Amanda Santana Balbi publicado 05/07/2022 11h19, última modificação 05/07/2022 11h19
Dependência financeira de mulheres é apontada como principal vulnerabilidade
Tribuna Popular: Advogada apresenta dados sobre feminicídios e defende políticas públicas para vítimas

Advogada Susiany Araújo na Tribuna Popular. Foto: Edilberto Barros/CMM

Na Tribuna Popular de hoje, 05, a advogada Suziany Katherine Santos Araújo, membro da Comissão da Mulher Advogada da OAB Mossoró, apresentou uma pesquisa sobre as vítimas de tentativa de feminicídio e de feminicídio no município de Mossoró.

De acordo com a advogada, 53% das vítimas não trabalhavam e eram dependentes financeiramente dos agressores. “38% tinham de 20 à 30 anos e 40% tinham de 30 a 40 anos, idade em que já podem estar no mercado de trabalho”, afirmou.

Suziany afirma que a pesquisa apresentada mostra como a dependência financeira das vítimas as força a estar em relacionamentos abusivos que podem terminar em feminicídios. “Analisamos os processos em Mossoró e conseguimos conhecer um pouco sobre a situação dessas mulheres. A dependência econômica faz com que permaneçam ligadas aos agressores. É preciso dar autonomia financeira das mulheres de nossa cidade para romper com o ciclo de violência”, finalizou.

Projeto

A vereadora Marleide Cunha (PT) aproveitou a fala na Tribuna Popular para pedir apoio dos vereadores para um projeto de lei, de autoria dela, que pede reserva de vagas para mulheres vítimas de violência doméstica nas empresas terceirizadas de Mossoró.

A parlamentar lembrou que um projeto semelhante ao dela, de autoria de outro vereador, determinou a reserva de vagas para pessoas egressas do sistema prisional e foi votado em regime de urgência. “Não há impedimento legal para também termos uma lei que reserve vagas para mulheres vítimas de violência. Estou há mais de um ano aguardando a aprovação do projeto que é tão importante para acabar com o ciclo da violência”, afirmou.